segunda-feira, abril 26, 2004

- Nossa senhora cara! Fazer um cdezinho do madrugada de madrugada, disse o luiz.

E essas foram as últimas palavras que ouvi naquela noite.

lembrei de um poema.

TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos, 15-1-1928


quarta-feira, abril 21, 2004

Que pena se este caminho tivesse muitíssimas léguas,
e sempre se repetissem
os mesmos povos, as mesmas pousadas,
os mesmos rebanhos, os mesmos gados!

Que pena se esta vida tivesse
- esta vida nossa -
mil anos de existência!
Quem a tornaria até o fim suportável?
Quem a suportaria toda sem protestos?
Quem será que lê dez séculos de História e não a fecha
ao ver as mesmas coisas, só que com datas diferentes?
Os mesmos homens, as mesmas guerras,
os mesmos tiranos, as mesmas cadeias,
os mesmos intrigantes, as mesmas facções,
e os mesmos, os mesmos poetas!

Que pena que seja tudo assim, sempre,
sempre da mesma maneira!

Léon Felipe

sexta-feira, abril 16, 2004

é tudo verdade! eu admito. tive um sonho estranho hoje. um sonho ruim. na verdade eu ainda estou tendo esse sonho porque eu estou dormindo.

Venho por meio desta (sei que não se usa mais usa, mas mesmo assim...) avisar que hoje aconteceu um evento trágico com a minha pessoa!!! (Nossa eu tô muito paloso hoje, olha as palavras que eu tô usando!!!).

Estava na UFU com o Luiz (já era fim de festa) e uma banda que já tinha tocado pop e jazz começou a tocar forró. O Luiz putinho e emburrado no canto e eu querendo dançar.

O tempo passa e não aparece nenhuma menina bonita para este pobre plebeu se divertir. Então o Luiz me mostra uma top (2 pontos, 24 horas, 0 latinha e por aí vai). Eu já havia visto, mas ela era tão top que estava com vergonha de dirigir a ela.

Quando percebi esta mina estava mexendo com as pontas do pé e muito influenciado pelo Luiz fui até lá. Falei à donzela: posso dançar com vc?

_ Meu namorado é da banda e estou vendo-o tocar!!!

Depois q percebemos q seria uma coisa lógica: uma toop daquele naipe sozinha do lado do palco só podia estar esperando o namorado (PALA)

Depois uma menina q estava com o namorado pede um cigarro para o Luiz e ele diz:

_Só se vc dançar com meu amigo aqui (apontando para mim)! (PALA)

Depois de tudo ainda vemos q o cigarro foi dado para aquela primeira menina q estava do lado do palco. Elas eram amigas e deviam estar tirando maior onda com a cara da gente.
Esta é a história mais resumida, depois conto o resto (agora tô muito bêbado aqui em casa e Luiz tá dormindo chapado
no sofá)

PS: ele não parou de dar pala no caminho, falando que ia morrer e que ia ser assaltado, que tinha medo das assombrosas ruas do sta mônica. Essas crianças...

quinta-feira, abril 15, 2004

reflexão do dia:

"desperdício. de manhã. desejo. depressão. dor de cabeça. dormir."
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em primeira mão (nem deus ficou sabendo...):

A CONSPIRAÇÃO CLANDESTINA - assim cantou zaratustra

1 herbert richards
2 o homem bicolor
3 terrorismo de sentido
4 cadáver morto
5 anabel não come cremogema
6 niilismo
7 introdução à implicância
8 esqueça o amor de sua vida
9 fé
10 você é um cidadão respeitável
11 o novo hino nacional

e mais:


* terceiro disco da conspiração;
* livros da editora conspiração e reformulação do jornal;
* o relatório de viagem em busca da moça falanga, segue o prefácio:

"Como explicar uma expedição que visa constatar a existência e buscar o paradeiro da enigmática e soturna Moça Falanga? Ora, Colombo forjou ter descoberto a América, Campos de Carvalho partiu em busca da Bulgária e de um púcaro búlgaro, e os Estados Unidos têm planos de redescobrir o resto do mundo, incluindo a Amazônia. Até os aliens andam fazendo expedições por aqui quase todos os dias, e tudo isso me deixa inclinado a acreditar em alguma coisa de maneira tal que, fanaticamente, organizo uma expedição de inegável importância relativa e fundamental abstração/evolução da sociedade, dos Estados Unidos e dos aliens. Pra falar a verdade, eu acho mesmo é que me apaixonei por essa moça, e meu único desejo é casar com ela no alto de uma montanha, pra enfim poder viver como um pássaro sem asas e sem bico, mas com a consciência tranqüila de poder morrer e acordar no dia seguinte, até que não me sobre mais ar para respirar. Preciso de muita calma nesse instante, o único medo é encontrar a mim mesmo e travar a última batalha espiritual, o que duraria, no mínimo, uns 70 capítulos."

quarta-feira, abril 14, 2004

perdido no tempo, sem direção... vermes, meu bom amigo. já é tempo de nos encontrarmos de novo, essa vida é mesmo muito louca.

ÚLTIMA PRECE ANTES DA CEIA

O que será que vai acontecer comigo agora?
Eu que sou apenas um esboço de incerteza
E frágil como a minha corrente sangüínea.

Me deixa dormir, por favor, me deixa dormir...

Eu só queria ter a paz de uma decisão coerente
Ter o desejo recíproco da mulher amada
Poder pisar em algo real e imaginário
Poder voar sem tirar os pés do chão.

- quem quiser nascer tem que destruir um mundo.*

Tenho andado longe de casa
Carregado de círculos viciosos
E se o "acaso" não existe, é melhor eu dormir
Porque esta é a minha verdadeira vocação.

Tenho recebido advertências de mim
E eu erro com a mesma determinação de sempre
Poderia ter sido tanta coisa, e mesmo assim
O caminho não tem volta, e o dia não termina.

Chega de realidade experimental
Chega de viver de oportunidades

Tenho perdido a sensibilidade
E sofrido com pior intensidade.

*Hermann Hesse - Demian


AS PESSOAS ESTÃO TODAS MORTAS, EU POSSO SENTIR

e agora?
quem vai olhar por todos esses mortos?
quem vai varrer os olhos sujos de solidão?
quem vai esquecer o amor intenso, e o peso da tempestade?

sonhos, sonhos
como somos?

eu e você
num dia de chuva
antes de amanhecer.

terça-feira, abril 13, 2004

O PONTO DE PARTIDA

quatro pontos diferentes
atingem o mesmo ponto
e a direção do tempo
é contrária ao sentimento.

o mais sublime
e mórbido
anoitecer.

TAXI DRIVER

foi tão rápido que
eu nem mesmo notei
a imensidão de caos
por dentro.
a seiva podre que nos
dá o alimento.

soturnos caminhos
chegou a grande hora!
espaços infinitos
ditam o colorido das folhas
que me entram nos olhos
distraídos.

será que sempre foi assim?
caos por dentro,
seiva podre
dispensei meu alimento.
sempre em frente,
noite adentro.

SONHO

quase que eu caio
de repente
o vento veio
e me deixou no lugar.

eu não preciso de um nome
eu não preciso ter um nome
em nome do meu sofrimento.

pois foi então que
calmamente
eu me atirei
e a corrente me deixou passar.

eu sempre quis ter um sonho
eu sempre quis ver um sonho
daqueles de antigamente.

A FILOSOFIA DAS BARATAS TONTAS

mecânicos não devem ser
estes seres tão diferentes
da gente.

por trás de cada fresta
elas nos olham
e sentem

que a revolução está próxima
e elas vão vencer.

domingo, abril 04, 2004

domingo... dia eterno. na casa do janu só dá ocupado. quais serão as surpresas de amanhã? já passam das 5... parece que ia ter uma festa hoje, regada a drogas e álcool. e daí? é hora de fazer alguma coisa. a trilha sonora dos 4 últimos meses... Paul McCartney - Ram e Pink Floyd - Atom Heart Mother. é... foi um sonho bom.



antes de ir, um poema aleatório para os que pararam no tempo:

NÃO ESPELHO

Não amarei ninguém com você por dentro.
Algumas palavras cruas
ainda me doem as cáries
e os comprimidos vermelhos que me esfriavam
foram retirados do mercado.
Todos sabem que perdi feio logo no primeiro páreo
então, por favor, não me diga nada que possua asas.

Beberei cerveja choca e fumarei filtros brancos
quando tudo ficar entre as quatro paredes
e só nós dois.
Claro que posso ser de gelo e não derreter:
apenas pousarei minhas mãos sem memória
no crespo dos cabelos e farei chover
apagando o tempo.

Serei um pouco de cada um de mim
e você poderá escolher o pedaço mais doce.
Agora que já não quero paz nenhuma
você pode rasgar todos os planos da eterna luz.
Há sim essa tristeza morna diante dos meus pensamentos
de homem líquido secando ao sol
e essa certeza limpa
que não amarei ninguém
com você por dentro.

tô de volta... tive apenas um colapso cerebral, frio, três ataques cardíacos, um câncer no estômago e algumas alucinações esquizofrênicas. mas parece que já estou bem. a moça falanga continua por mim...


sábado, abril 03, 2004

A UFUcity, assim como outras muitas universidades, é repleta de hippies, principalmente nos cursos de humanas. Em Uberlândia a divisão social é reforçada pela pela separação geográfica. Alunos de engenharia e direito ficam em extrimidades opostas aos alunos da artes, letras, história, geo... e é exatamente nesse segundo grupo que encontramos os hippies uberlandenses. Eles são caricaturas, estereótipos que circulam em carros do ano e usam roupas caríssimas associadas a trapos velhos e rasgados. Alguns poucos abdicam da higiene pessoal e cultivam cabelo e barba quase selvagens. O que me irrita não é o fato de optarem por um estilo de vida esquecido no tempo e pouco razoável na sociedade contemporânea. Algo que me irrita é sair no domingo para um almoço no maior centro comercial da cidade (center shopping) e ver que um porco capitalista mal sucedido como eu vai dividir espaço com boys da engenharia, do direito e, acredite se quiser, com os hippies. R$50,00 no almoço com a mina. Eles parecem gastar o dobro. Depois, meia hora andando até em casa. Eles de carro novo, dando um rolê.
Queria realmente entender como é que seres tão esclarecidos e que diariamente trabalham com informações sociais claras conseguem, por tanto tempo, viver a realidade cínica e forjada que a UFUcity sustenta. A galera do blog não gosta muito de Matanza, mas se as coisas continuarem asssim, logo a música que transcrevi abaixo pode ser realidade aqui p/ nós.
Ei patrão, olha só quem vem ali
O hippie da cidade não quis ir embora não
Não dá p/ acreditar que ele ainda está de pé
E caminhando em nossa direção
Foi muita coragem ter aparecido aqui
Decerto a nossa língua não entende muito bem
Sempre que disser, pois saia é pra sair
Mas se quiser ficar pois bem
A discussão e natural e qualquer desentendimento
E tudo é só questão de opinião
Exatamente como eu estava lhe dizendo
Maldito hippie sujo quero que vá embora
Saia já daqui
Ei patrão não sei mais o que fazer
Quanto mais eu bato nele mais ainda ri de mim
Tal adegeão tem perdurado pelas mãos
E nem parece achar ruim
Ei seu hippie imundo o que há de errado com você
Querendo esculhambar com a tradição do nosso povo
Pega o marcador de gado lá pra gente ver
Se ele vai aparecer aqui de novo
A discussão e natural e qualquer desentendimento
E tudo é só questão de opinião
Exatamente como eu estava lhe dizendo
Maldito hippie sujo quero que vá embora
Saia já daqui
Ei patrão não sei como lhe dizer
Mas eu vi mais 40 deles vindo pelo rio
Sei que lá no alto da estrada tinha uns cem
E ali pro pasto mais de mil
E o hippie se levanta e diz agora é minha vez
Quero que vocês porcos ouçam muito bem
É bom que amem mesmo a terra de vocês
Pois daqui não vai sair ninguém
Em pouco menos de uma hora já estavam todos mortos
Todos espalhados pelo chão
De tudo isso resta o ódio como herança
Nada de esperança
Só mais uma historia que não acaba aqui...

Próximo texto: Como chocar a sociedade com atitudes radicais e modernas sem perder a mesada (uma história real).

sexta-feira, abril 02, 2004

PLANTÃO DALPAS EXTRAÓRDINÁRIO

Em carater oficial o Dalpas (O Diretório Acadêmico de que vocês já conhecem bem) anuncia que se encontra em estado gravíssimo de saúde o ditador maior deste mundo do blog do Dalpas, Luiz - O Homem Foda-se. Momentaneamente, o tão grandioso e certamente mais eloquente membro Betão assumirá o lugar do Luiz como dono do blog.

A condição decrépita foi atingida após uma noite de sinuca, cigarros e porres...

Qualquer sugestão, solicitação, convite, premiação pode ser tratada com o belíssimo Betão.
As tentativas de agressão - física e moral - serão tratadas diretamente com o vice-ditador Smurf, tão certo como as possíveis tentativas de assassinato e condutas adjacentes de mesma periculosidade.

O Dalpas emitirá a cada 357 horas boletins informativos sobre a saúde do rapaz, e entrará com novidades imediatas em qualquer momento caso o Luiz tenha uma súbita e miraculosa recuperação (ou morra repentinemente).

Ficaremos a disposição (exclusivamente) para que qualquer alteração no estado clínico do rapaz seja comunicada imediatamente aos inúmeros e assíduos leitores deste blog.

quinta-feira, abril 01, 2004

Just a perfect day,
Drink Sangria in the park,
And then later, when it gets dark,
We go home.
Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.
Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.
Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
It's such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.
Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow.
Lou Reed

Brasil goleia e humilha Paraguai
A Seleção Brasileira foi além das pretensões do técnico: a caricatura do Paraguai não resistiu à força do Pentacampeão do mundo e escapou de tomar uma goleada maior, que entra para a história como um dos maiores vexames da seleção paraguaia de todos os tempos: 5 a 1. O Brasil caiu como uma avalanche sobre o que sobrou do festejado time do uruguaio Anibal Ruiz e foi acumulando gols com naturalidade sob o comando e a inspiração do 'trio de ouro' (Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká). A estrela do Real Madrid deixou em polvorosa a defesa adversária, aturdidos os torcedores gremistas e enlouquecida a massa de brasileiros, que deixou o estádio Defensores del Chaco transbordando de felicidade.
O primeiro gol, logo aos 2 minutos, calou a maioria alvi-rubra no estádio, por instantes sufocada pelo ouriço da torcida canarinho.Com o tempo passando, a superioridade do líder absoluto das Eliminatórias foi se consolidando. O jogo foi interrompido logo aos 2 minutos por falta de energia elétrica no estádio. Depois de meia hora, o jogo recomeçou, com o Brasil massacrando em jogadas emocionantes, sob a batuta de Roberto Carlos, em sua melhor atuação com a belíssima nova camisa amarela da Seleção.
Mesmo conduzindo forte marcação, o Paraguai não conseguiu conter a Seleção pentacampeã mundial, tampouco organizar seus ataques com maior objetividade. Os paraguaios tentavam passar do meio-campo, mas eram marcados ainda na articulação. Destaque para as atuações pífias de Enciso, Gamarra e, especialmente, Arce. O time ainda arriscou alguns lances em bola parada, mas sem exigir muito de Dida. Ainda no final da primeira etapa, o Brasil passou a pressionar por todos os lados, tabelando na área adversária. Aos 32, Ronaldinho Gaúcho invadiu a área e foi derrubado por um perturbado Gamarra. Pênalti apitado por Oscar Ruiz, em atuação impecável. 2 a 0.
O excesso de faltas paraguaio não foi páreo para a genialidade do escrete brasileiro, que deu um verdadeiro nó tático em Ruiz, que era o único no estádio a não perceber que alguém precisaria marcar Kaká e Ronaldinho, que colocaram em xeque o esquema defensivo adversário e o goleiro Tavarelli. No segundo tempo, Kaká seguiu serelepe, envolvendo o a zaga do Paraguai, deitando e rolando sobre os pesadões Cacere e Caniza. Luís Fabiano entrou. Foi quando brilhou a estrela do centroavante do São Paulo. Em poucos minutos, fez mais que o “Fenômeno”, que deixou o gramado reclamando do joelho direito. Aos 26, Roberto Carlos avançou pela direita e levantou para a área. A defesa estava preocupada com Ronaldinho Gaúcho. Quem subiu para cabecear foi Fabiano, que ciscou para o fundo das redes, antes que Tavarelli pensasse em se mexer. 3 a 0.
O Paraguai bem que esboçou uma reação, mas o Brasil tinha ainda Zé Roberto que, enfileirando adversários da meia-cancha e deixando todos para trás, limpou a jogada — num mar de zagueiros — na cara de Tavarelli, marcando o quarto gol. A torcida guarani não acreditava em seus próprios olhos. A tão sonhada goleada do time de Parreira acontecia em pleno Defensores del Chaco. Humilhados, muitos torcedores paraguaios foram abandonando o estádio. O gol de Roque Santa Cruz não diminuiu a festa canarinho nem intimidou a Seleção, que ainda teve Cafu expulso. Com um jogador a menos, marcou o 5º gol no atordoado goleiro gremista. O próximo jogo será dia 2 de junho, no Mineirão, contra a Argentina. Paraguai: Tavarelli; Arce, Cáceres (Da Silva), Gamarra e Caniza; Bonet (Ortiz), Enciso, Paredes e Toledo (Jorge Campos); Roque Santa Cruz e Cardozo. Técnico: Anibal Ruiz. Brasil: Dida; Cafu, Roque Júnior, Lúcio e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Renato (Juninho Pernambucano), Kaká e Zé Roberto; Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira. Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia).

recebi esse e-mail hoje... se não soubesse do jogo até acreditaria....

acabei de acordar c/ a cabeça muito pesada....
certamente preciso mudar meus hábitos...

e o luiz sempre com a veia lírica aflorada. (parou de fumar?!?!?!?!)

hoje é o dia da mentira. hoje não existe.
hoje acaba outra história.
então é melhor eu dormir.

- o paul mccartney
- o salvador dalí
- o peter singer...

eu fiz umas músicas.
parei de fumar.
preciso estudar mais.

quando foi?
coincidências, as coincidências de sempre.

vai ser melhor assim.
pq?
pq sim.