sábado, novembro 27, 2004

É engraçado como uma cidade conhecida em todo o país por suas inúmeras e intragáveis duplas sertanejas possa me impressionar por outras manifestações musicais. Desde que aqui cheguei, tive a clara certeza de estar entrando em um território instável, pois, mesmo sendo uma capital, padece pelos muitos e indefiníveis preceitos de cultura de massa que se fortificam nas áreas mais populasas da comunidade. Bem, o que me intriga, e de certa forma me deixa mais tranquilo, é que grande parte dos jovens de classe média daqui - que não são poucos - tenha uma orientação mais pop e menos ligada as atividades de valor tradicional.
A cidade é uma localidade perdida no meio do cerrado, mas a proximidade com Brasília traz influências clássicas. O Rock e o Reggae estão por toda parte. A monstro discos tem responsabilidade em parte disso, assim como as inúmeras universidades daqui. A cidade também é universitária, e as grandes festas que acontecem estão sempre associadas à comunidade acadêmica. Mas o que chama mesmo a atenção é a impressionante nóia que esse povo tem com a música eletrônica. Todo fim de semana tem festa trance (reggae e trance rsrsrsrsrs). E todas elas sempre cheias. Smurf e Moge estariam no paraíso. E tem muita grana nisso, porque sempre gringo toca aqui. Teve GMS,e agora, dia 17, vai ter Marky e Infected Mushroom. Não sou um apreciador assíduo desse som. Gosto, me divirto nas festas, mas não tenho cacife para julgar. Dizem que são bons. E eu acredito.
Ontem, depois de achar um cantinho na UFG exatamente igual ao saudoso RU e suas mesinhas, conheci um pessoal bem maluco. Eram alunos da filosofia e da biologia, que trajavam vestes hippies e mantinham cabelos e barbas ao melhor estilo JC. Pessoas de bem, assim como todos nós, leitores do Dalpas!. Só achei estranho o convite que me fizeram. Depois de 3 horas lá trocando ideia, me convidaram pra uma festa, que vai rolar num lugar até meio boy da cidade. Anotei o tel de galera e fiquei de ligar. Acho que vou lá. Fiquei um pouco desanimado porque vai ter reggae e trance. Tô aqui a mais de um mês e já travado com isso. Bom, pelo menos descobri que em todo lugar sempre vai ter sol do cerrado e cabelo fumaça. Amanhã eu conto como foi essa fatídica festa. Imagino até aquele povo todo hippie tomando balinha e bombando a noite toda. Vai ser engraçado.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Agora de terras internacionais volto a por minha cara por esses lados. Não que eu tenha deixado de amar o Dalpas!, mas a vida em Udia estava estranha demais pra qualquer tipo de produção intelectual, mesmo as de parca criatividade e duvidoso gosto sofista. De qualquer forma, agora escrevo de Goiás e espero que realmente alguem além do Luiz passe a escrever aqui. Bom, pelos menos eu, que agoro vivo longe de todo mundo, vou tentar.....
As 15:30 tenho uma entrevista num colégio grande daqui de Goiânia. Se der tempo talvez eu até vá a facu pra ver se encontro uma galera de boa por lá...
Aqui as coisas são mais simples, mais claras. As pessoas são melhores. Sinto pena de Udia. Sinto pena de quem ainda vive preso ao tumor do cerrado.