quinta-feira, novembro 20, 2003

Explicação da Psicologia sobre Palavrões

Acredito que este assunto deve interessar a todos...
Trata-se de um novo método catártico, nunca estudo
antes por Freud, Lacan, Skinner ou outros
contemporâneos, É uma técnica revolucionária e
vale a pena alertar, ainda em estudo.
Já existem alguns lugares que oferecem o curso...

Palavrão - Palavra catártica

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos
extremamente válidos e criativos para prover nosso
vocabulário de expressões que traduzem com a maior
fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será
esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Sem que isso signifique a "vulgariz ação" do idioma,
mas apenas sua maior aproximação com a gente simples
das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas
emoções, seu jeito, sua índole.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz
melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra
caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase
uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas
pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é
antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho,
entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando
a mais absoluta negação, está o famoso "Nem
fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada
eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não,
absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é
irretorquível, e liquida o assunto.

Te libera, com a consciência tranqüila, para outras
atividades de maior interesse em sua vida. Aquele
filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro
pra ir surfar no li toral? Não perca tempo nem
paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos,
presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O
impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se
encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e
volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente
as situações onde nosso ego exigia não só a definição
de uma negação, mas também o justo escárnio contra
descarados blefes, que hoje é totalmente impossível
imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano
profissional. Como comentar a bravata daquele chefe
idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele
redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O
"porranenhuma", como vocês podem ver, nos provê
sensações de incrível bem estar interior. É como se
estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública
de um canalha.

São dessa mesma gênese os clássicos "aspone",
"chepone", "repone" e,
m ais recentemente, o "prepone" - presidente de porra
nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu
correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim,
cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma
notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!"
dito assim te coloca outra vez em seu eixo.

Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se
reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um
merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E
sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no
olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém
faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite
do
suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e
solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto,
você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima.
Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na
f ace, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso
sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a
expressão de maior poder de definição do Português
Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais
avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece
definição mais exata, pungente e arrasadora para uma
situação que atingiu o grau máximo imaginável de
ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma
vez proferida insere seu autor em todo um providencial
contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim
como quando você está dirigindo bêbado, sem
documentos do carro e sem carteira de habilitação e
ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você
parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é
inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!"
que ela fala. Existe algo mais libertário do
que o conceito do"foda-se!"? O "foda-se !" aumenta
minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair
comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa
merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao
"foda-se!" deveria estar assegurado na
Constituição Federal. Liberdade, Igualdade,
Fraternidade e Foda-se.