
Continuando a discussão da problemática colocada pelo sr. Vorjano, me lembrei de uma bela poesia do ilustríssimo poeta, pensador e cobrador de ônibus Pafônsio de Alecrim, que também aborda as várias espécies em luta pela sobrevivência, ou subvivência, que seja...
TEIA ALIMENTAR
O grilo come o capim
A vaca também
O grilo vê a aranha
Ajoelha, pede amém
A aranha come o grilo
Marca bobeira com o rato
A presa do gato tá gordinha
Este acha o maior barato
O coelho come a cenoura da horta
O jardineiro sai atrás do autor da obra
Chega tarde e só consegue ver
Seu inimigo na barriga da cobra
A cobra foge do jardineiro
Fuga que é em vão
Preocupada com o caminho
É devorada pelo gavião
O homem come o coelho
Come a vaca também
Tem alcatra, filé mignom,
Faz patinho e acém
O homem caça o gavião
Caça macaco, capivara
Fisga o peixe com o anzol
Amarrado a uma vara
Agrotóxicos temperam o capim
Que pro grilo é comida
Mas se pela fé ainda viver
Já tem um bom inseticida
O homem mata o homem
Briga com o homem que faz as leis
O homem infringe as leis da natureza
O homem mata o mundo.
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