sábado, setembro 27, 2003

"O filósofo africano"

Expressando-se não por livros e teorias
Mas pela ausência de membros e vida
Na grandiosidade dos iletrados famintos
No esquecimento do devaneio clássico
O mundo não é o mesmo
Pelas crenças rejeitadas e a cor dissimulada
Minhas veias clamam pela sua sabedoria
De continuar sabendo que não é suficiente
Não é ele o vendado vendido atado
Mas os ditos conscientes da realidade
Que esquecem de suas cicatrizes
E as queimaduras que desrespeitam fronteiras
E habitam os prólogos e epílogos de uma história
Começada ali encerrada sem fim
Esqueçam-no sábios políticos e tecnocratas
Sua filosofia é incompreensível
Oralmente difundida e realmente desvinculada
De um continente que desperta
A paixão turística dos animais
De uma vida efêmera mas expressiva
Com mais valor que a sua correta e inofensiva
Ele morre doentio
E dessa forma alerta que está presente
Quando profetiza o único destino
Ao qual todos submeter-se-ão
A terra seca encrostada em seus pés
Vale pelas mil palavras de um filósofo alemão
O sangue contaminado pelo esquecimento
Vale por todo trabalho de uma medicina descrente
A perna amputada vítima da guerra
Vale mais que um romance tuberculoso
Os joelhos acorrentados a uma terra histórica
Diz mais que as teorias de um físico consagrado
A crença que alivia sua dor
Vale mais que o olhar científico
A expressão curta de um futuro
Desmente os caminhos para uma solução.

Mais um texto aí, tudo de bom e fiquem em paz, cê, o interrogação, ssio