terça-feira, novembro 11, 2003

Eu queria arranjar um modo de ressuscitar o blog!!! Já contactei outras pessoas para escreverem aqui. E também achei q o DALPAS tava muito adulto, então ressuscitei-o como um criança(?):
“Pela mesma rua em que outrora era um guerreiro espacial e meu cachorro um monstro com quem lutava durante horas... Aquele cheiro alucinante impedia-me de usar minha arma (um cajado que lançava bolas de energia), ficava hipnotizadamente imóvel, o que era suficiente para que o meu fiel monstro me atirasse ao chão e começasse a me devorar com sua língua. Aqueles pés delicados passavam como um anjo que ignorava-me enquanto me debatia contra aquela feroz criatura que se encontrava em cima de mim; quando finalmente consegui me soltar seus passos apressados já estavam um pouco distante, mas ainda dava para ver uma das imagens mais lindas que eu já contemplara em minha curta vida: um ser angelical se via em meus olhos enquanto ia se distanciando, os últimos raios de sol iam se escondendo atrás dos prédios, sentia meu cachorro me lambendo a nuca, o velhinho da esquina assoviava uma antiga canção, e o cheiro, ah aquele doce cheiro, entorpecia-me, era um perfume dionísico, algo que me lembrava uma juventude que eu ainda teria. Então, uma piscada e alguns passos e ... acabou! Não a vi mais, acabou-se a ilusão. Mas aquela sensação que eu sentia, aquele jogo de cenas que brindava meus olhos, aquele sentimento ingênuo que transbordava em meu coração, não, isso eu nunca esqueceria. Agora, o que ainda me toca mais profundamente nesse cenário todo foi aquele maravilhoso perfume que, até hoje, quando o sinto, sinto falta, sinto uma saudade estranha de algo que nunca tive. Apesar de nunca saber o nome daquela garota que passou em minha rua, esse dia eu nunca esqueci. É como aquela velha história de achar a beleza nas coisas mais simples. Felizes os seres dignos de tal prodígio! E atualmente, quando ando muito ocupado, quase sem tempo para nada, aprendi a ver a vida desse modo: enxergar as maravilhas na simplicidade, e descobri que quando isso acontece, acontece outras sensações simultaneamente: a primeira é o pressentimento que você já passou por uma sensação dessas, mesmo sabendo que nunca teve nada parecido durante a vida toda. A segunda é aquela sensação maravilhosa de que você nunca mais esquecerá aquela cena. Assim como eu tenho certeza de que nunca esquecerei esta cena agora: um sonzinho agradável no ambiente, o banho que acabara de me refrescar, o caderno em minhas mãos e o sentimento acalentador. Ah, e pensar que só redescobri essas pérolas depois de um ótimo sonho no qual senti novamente aquela sensação inocente e estupenda do primeiro amor!”

Diário de bordo do “S.S. Sensações Novas”