quinta-feira, fevereiro 17, 2005

bicha loca dá dor de cabeça



pô, que dor de cabeça, sua bicha loca!
bicha loca, neste caso, não diz respeito a opção sexual, mas ao jeito escandaloso e chato de ser.

das 21hs às 22h15, uma bicha loca ficou sentada na carteira em frente à minha. primeiro ela cumprimentou o povo ao seu redor depois me olhou com cara de bunda por eu ser novo na sala. o professor lá na frente falando.
a bicha, então, teve uma dúvida e fez dez vezes a mesma pergunta para cada um ao seu lado sem notar que o professor falava justamente o que ela queria saber. não satisfeita, finalmente interrompeu a aula.
puta merda.
após a interrupção, ela volta a conversar até que tem uma magnífica idéia. colar no seu caderninho de veado o horário das disciplinas. papel, tesoura, régua e cola. tudo dentro da mochilinha dela. colado o horário, a bicha volta a conversar, mas dessa vez com alguém do outro lado da sala. foi aí que começou a dor de cabeça. dei uns resmungos e umas catarradas pra dentro, pra ver se a bicha desconfiava, mas nada... em vez disso ela abriu a mochilinha e pegou uma banana.
pô, pelo menos vai calar a boca agora.
nada... mesmo comendo banana ela não parava de conversar. o pior de tudo foi o jeito que ela colocou a casca da banana dobradinha na mesa. sem falar no fiapo da banana que caiu no sapato dela.
minha atenção ficou dividida entre o que o professor falava, aquele fiapo de banana, a zona na sala de aula e a voz da bicha se sobressaindo. quase tive um troço.
a bicha então descobriu o fiapo da banana pendurado em seu sapato e lá foi ela, delicadamente, usando o famoso movimento de pinça para retirá-lo de cima de seu sapato e colocá-lo sobre a casca de banana ainda dobrada sobre sua mesa. após a coreografia, ela olhou para o amiguinho ao seu lado e ficou rindo.
depois disso eu não aguentei e gritei.
- pô, que dor de cabeça, sua bicha loca!!!!!!
a sala ficou em silêncio. todo mundo olhou pra mim. o professor:
- mas q q é isso?
eu fiquei quieto, de cabeça baixa. sorri, fiquei feliz, rabisquei o caderno. a dor passou.