terça-feira, fevereiro 15, 2005

vestidos senhorasdesejos anti-sociais.

capitulo I - formaturas.


Por ser noite de gala, todos usam trajes naftalínicos. engomadíssimos. As cores policiadas caem em tons que evoluem para uma neutralidade opaca e morbida. senhores linhosos brilhosos. senhoreas varizentas em lantejolas que cobrem vestidos rodados roliços pelo silhueta.
os odores caros e baratos se misturam ardendo por dentro as narinas. igual coca. pelos semblantes risonhos, sorrisos autênticos e amarelados compravam a satisfação garantida. e nao existe seu dinheiro de volta.
os rostos, esses sim cotidianos. porque nao há trajes que lhe tirem as manchas, as surras e as derrotas. fazer de bonitos corpos anoréxicos e feições deformadas pela genética primária.
aos que se convencem, alívio. aos que fedem pelo abafado e pelo suor, pela falta de apego ao calor (do) terno.
assim a vida segue, numa conspiração materialista que tem soh um objetivo, por demais capitalista. A compra do claustro.
viva o anti-social.
que todos sejam milionarios.
pelo menos os que precisam comprar a paz.