quarta-feira, outubro 18, 2006

escapamos vivos

Temporal causa estragos e muda a rotina da cidade de Uberlândia.




Repórter: Kelson Venâncio
Imagens: Henrique Mendes


Uma noite marcada pelo medo. O temporal que castigou Uberlândia ontem mudou a rotina da cidade. Uma pessoa morreu e pelo menos 100 foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Hoje, foi dia de avaliar os estragos.
Nas ruas da cidade, os sinais da destruição. Por toda parte, lixo, entulho, árvores caídas e muita lama. Cerca de 200 funcionários da Prefeitura trabalharam durante toda a manhã na limpeza e em reparos.
Na rua que fica em uma subida próxima à Avenida Rondon Pacheco as marcas ficaram na metade do quarteirão. Os moradores tentavam limpar o barro acumulado nos prédios e casas. Em um bar a água levou mesas, cadeiras e até um orelhão que ficava na porta.
O empresário Paulo Cezar Santos conta que viu vários carros sendo levados pela água. Uma lixeira amassada mostra a força da água durante o temporal.
Cerca de 40 homens do Corpo de Bombeiros trabalharam durante a tempestade de ontem. As equipes atenderam pelo menos 15 ocorrências graves. A maioria delas, de pessoas que estavam presas em carros que ficaram ilhados pela água.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Relson Miguel de Macedo, a ocorrência mais grave foi na Avenida Cesário Alvim. Uma mulher de 27 anos foi encontrada morta no meio da enxurrada.
A chuva começou no fim da tarde e durou cerca de duas horas. Tempo suficiente para inundar várias ruas e avenidas da cidade.
De acordo com a Estação Climatológica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foram 82 milímetros de chuva, quase a média registrada nos anos anteriores em todo o mês de outubro que é de 110 milímetros.
Na Avenida Rondon Pacheco, uma das principais de Uberlândia, o asfalto foi arrancado em vários lugares. O mesmo aconteceu com o passeio que fica em frente a uma garagem de veículos. Até um ônibus foi levado. Um carro virou e acabou destruído, uma moto foi parar debaixo de uma caminhonete e vários veículos ficaram engavetados. O helicóptero da polícia foi chamado para dar suporte às equipes de resgate.
Hoje, moradores, comerciantes e motoristas contabilizavam os prejuízos. Uma casa no bairro Santa Maria desabou. O pedreiro José Carlos da Silva teve o carro todo amassado.
Uma mulher e a filha ficaram presas em um carro que ficou praticamente coberto pela água. O veículo ficou totalmente destruído. A corretora Magda Martins conta que por pouco não perdeu a vida.
De acordo com a família da mulher encontrada morta, o laudo médico aponta que a causa da morte foi afogamento e afirma ainda que o corpo apresenta hematomas na altura das pernas, mas não soube dizer o que teria causado. A família suspeita de atropelamento.