terça-feira, abril 05, 2005

pequeno devaneio instantâneo

que se desfaz e distancia em fragmentos, que alimentam alguns instantes. momentos que vão e voltam sem identidade como um personagem de.
é quando o relógio toca e são seis e vinte, hora de levantar.
hora de perceber que em um dia incompleto eu alcanço a raiva e outros instantes.
muitas coisas por fazer. a manhã passa aos suspiros entre algumas palavras de autoridades. o almoço me estufa. a tarde sonolenta improdutiva. a noite pensa em uma só pessoa, até adormecer.
já faz um mês que meu cachorro fugiu levando minha filha nas costas. minha amiga, falanga, não me visita em sonhos. meus instantes já não são suficientes. são seis horas. meus deveres reprimem a minha responsabilidade. a cobrança me divide em mensalidades. hoje me chamam em espanhol de chico. soy un chico, mensal, nas filas, no caixa, pagável em qualquer agência bancária. ela me chamou de tchau. um adeus sem oi nem perdão, não retornável.